sexta-feira, 22 de julho de 2016

Hoje bem cedo eu morri

Hoje bem cedo eu morri ...

Morri silenciosamente naquela folha desprendida que se foi ao vento. 
Na buzina que soou no automóvel espantando e calando os pássaros . 

Morri naquela despedida sem beijos e naquelas mãos que desataram os laços. 

Morri solitária como a última chama da vela, a mesma que sepulta a cera e morrem juntas. 

E escurecem-se sobre mim os céus, nublaram-se carregadas de medo as nuvens, em grandes monstros transforam-se ;
Obscureceram-se as minhas certezas e o meu poema foi calado 

Morri a morte derradeira dessas muitas vidas que tenho me apossado 

Porém, esta minha morte, não é morte em que o coração morre e para de sangrar 
É a morte súbita de todos os poetas  quando a emoção cala... 




Cristhina Rangel. 





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