sábado, 16 de julho de 2016

Fúria

Fúria.
Eu queria fazer um verso que tivesse uma força pungente,
Capaz de arrebatar o coração desesperançoso dessa gente...
Um poema de paz que fosse furta-cor e roubasse seus olhares
Esses perdidos entre estruturas concretadas na nossa alma
Um poema que dissesse a repugnância que me causa
Tanta guerra, tanta fome ...
Um poema anti social , um poema inflamado de uma paixão absoluta
Pelas almas que sobrevivem em meio ao caos
Eu queria um poema com poder sobrenatural de cura
Sim, fechando as feridas do esquecimento,
Curando as chagas interiores
Desfazendo bagagens abarrotadas de temores e receios
Eu queria fazer um poema que tivesse o peito de mãe
E nele encontrassem o repouso e o alimento
Aquecidos numa ternura qualquer que fosse plena
E no pensamento a mansidão de alguma canção
Eu queria este poema composto por mãos calmas
Mas em minhas mãos, tenho fúria, tenho raiva!!
Tenho um coração repleto de poesias
E minhas mãos vazias, incapazes de o compor...
Cristhina Rangel .

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