sábado, 16 de julho de 2016

Bendigo ao sonho.


Eu sei que sonho, embora o meu sonho seja um sonho simples. 
Sonho com a calmaria das campinas, o horizonte manso 
Ao som do vento dissipando as nuvens densas 
E a fuligem dessa cidade que em mim habita


Eu sonho um sonho de criança quase adormecida 
Com aquela fome comum aos que tem na alma escondida 
As esperanças de que essas tolices sejam nobres 
E esqueço as crianças das cidades esquecidas


Sonho a ternura de um sorriso largo e enternecido 
Ao vento de outono em fim de tarde destemido 
carregando as folhas secas e os galhos desprendidos


E por ser simples o sonho que carrego comigo 
Naturalmente ele é bendito e bendito o verso 
Que ao final, o meu sofrer fará desvanecido



Cristhina Rangel.
(Poema incidental ao som de Chopin - Lento em G menor)

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