Eu sei que sonho, embora o meu sonho seja um sonho simples.
Sonho com a calmaria das campinas, o horizonte manso
Ao som do vento dissipando as nuvens densas
E a fuligem dessa cidade que em mim habita
Eu sonho um sonho de criança quase adormecida
Com aquela fome comum aos que tem na alma escondida
As esperanças de que essas tolices sejam nobres
E esqueço as crianças das cidades esquecidas
Sonho a ternura de um sorriso largo e enternecido
Ao vento de outono em fim de tarde destemido
carregando as folhas secas e os galhos desprendidos
E por ser simples o sonho que carrego comigo
Naturalmente ele é bendito e bendito o verso
Que ao final, o meu sofrer fará desvanecido
Cristhina Rangel.
(Poema incidental ao som de Chopin - Lento em G menor)
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