sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Da minha alma livre


Sei que há em mim uma fúria contida
tenho medo que ela se liberte
em uma noite escura
e faça cinzas tudo em meu caminho

eu tenho medo que me surjam garras
que me cresçam asas e eu seja quimera

Meu corpo transformado
em fúria incontida...

sem letras, sem verbos

Apenas a lacerante angustia liberta
Os abortados poemas renascidos
de fome, morte e gritos

eu tenho medo da enfurecida
criatura que há em mim
de que ela por um minuto
se apodere dos meus sonhos apodrecidos

Apocalípticos, mesquinhos
e que eu devore numa mordida o meu amor
que eu roube outros amores
em minhas asas...

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