Sei que há em mim uma
fúria contida
tenho medo que ela se
liberte
em uma noite escura
e faça cinzas tudo em
meu caminho
eu tenho medo que me
surjam garras
que me cresçam asas e
eu seja quimera
Meu corpo transformado
em fúria incontida...
sem letras, sem verbos
Apenas a lacerante
angustia liberta
Os abortados poemas
renascidos
de fome, morte e gritos
eu tenho medo da
enfurecida
criatura que há em mim
de que ela por um
minuto
se apodere dos meus
sonhos apodrecidos
Apocalípticos,
mesquinhos
e que eu devore numa
mordida o meu amor
que eu roube outros
amores
em minhas asas...
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