sábado, 21 de fevereiro de 2015

Estranheza Comum

Todas as estranhezas que trago 
Aurem das minhas entranhas
Todos nós somos dotados de peculiaridades 
E ser sã seria maldade 


Minha loucura feminina 
Minhas altas dosagens de riso 
E minhas alucinações de alcova 
Sorte a minha não ser lúcida 


Persisto estranhamente lúdica 
Brinco com o diabo 
Aperto o botão vermelho 
Das minhas armas de extermínio em massa 


Mato a normalidade dos meus pensamentos 
Ser normal me assusta 
Eu não gosto de ser diferente 
Gosto de gente que surta... 

De gente estranha que me reconhece 
Na sua própria loucura 
E dança comigo ao som de chuva
E me arrasta pra cama 

E me deixa doente de medo e de raiva 
E de desejo me causa febre 
E me amputa a parte casta 


E nas minhas entranhas se abriga 
E conhece minhas feridas 
E gosta até do cheiro delas
E me dá ao invés de pronto, riso

Por não me conhecer completamente 
E ter-me  em cada olhar , subentendida 

Cristhina Rangel. 






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