quarta-feira, 2 de março de 2011

Morpho ( Infernos Azuis)


No simples olhar que me lanças despe-me
Tece-me sua trama esses seus olhares indecentes
Iridescentes, tal as asas de uma Morpho
Insensato subtrai-me os medos.

Refugo e maldigo esses olhares
Que me tonteiam, que despertam
Minhas mais penosas culpas

Diz-me a que veio?
Senão para atear -me o fogo
de mil candeias?

Mas logo nada vejo,
Nem teus olhos
Só tateio...

E te fazes meu degredo no ato
de desvendar os caminhos do teu corpo
te dedilhando sem juízo ao
comando da tua boca.


A mercê de sua sorte
Não serei jamais absolvida
Pois nem nesta ou noutra vida
Há de haver prisão que me liberte
Dos seus infernos celestes.

Cristhina Rangel.

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