quarta-feira, 2 de março de 2011

Desarma-me



Troco hoje a minha doze, por um salto oito.
Minha insígnia, por um colar de brilhantes finíssimo,
combinando com os brincos.

Deixo guardado o colete
preparo um vestido vermelho rendado,
sem alças e as ligas.
Eu gosto de correr perigo!

Na carteira pequena de mão,
eu carrego o batom.
Deixo o rádio no canto esquecido.
Sou o alvo certo, da tua líbido.

No salão iluminado, de luzes festivas
Não tenho disfarces, eu quero ser vista!
Meus cabelos castanhos, em minhas costas nuas,
onde atiras o teu desejo, me beijando suave
e me arrepias a nuca.

Eu provo o poder das algemas que são
as tuas mãos, envolvendo a minha cintura.
Não me arrisco a uma fuga!
A minha estratégia é só me render!
Lutar só se for no prazer.

Num corpo à corpo, frenético e brutal
Onde nem o gozo é o golpe final.
Me deleito na tortura das tuas carícias
lambendo-me a pele suada e sedenta
da tua volúpia.

Quebrando a razão das leis, que a vida me impõe
transgrido no tempo sentindo o teu cheiro
e o teu jeito tão meu, de nos fazermos únicos.

Desarmada e nua,
suas mãos revistam meus esconderijos,
eu te confesso que sou toda tua,
e o teu corpo se faz meu escudo.
Minha tática, minha conduta!


Cristhina Rangel.





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